O Retorno
O vazio entre as palavras não era ausência,
era o tempo amassando o pão das ideias,
fermentando no escuro do esquecimento.
Eu julgava ter perdido a voz,
mas ela apenas mergulhara
no rio subterrâneo da paciência,
onde tudo que é essencial aprende a respirar
sem pressa.
Agora, quando as teclas resistem,
quando a tela brilha como um lago noturno,
entendo: escrever não é preencher espaços,
é escavar os próprios ossos
até encontrar a luz que insiste
em nascer mesmo das fraturas.
O blog não é um altar,
é a cova onde enterro
e ressuscito meus fantasmas
todas as vezes que decido
assumir o risco de existir
em letras.
♡ Lory
Pqp, que poesia.
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