O Amor Dividido: Entre Ser ARMY e STAY

Existe uma dualidade dentro de mim que não se dissolve, mas que também não me fragmenta. É antes uma expansão, um alargar de fronteiras emocionais que eu nem sabia possíveis. De um lado, o BTS, com sua poesia que atravessa gerações, suas letras que são espelhos e janelas ao mesmo tempo. Do outro, o Stray Kids, com sua energia incandescente, sua ousadia criativa e sua voz que grita as dores e as revoluções da juventude. E eu? Eu fico no meio, aprendendo que amar não é escolher, mas sim multiplicar-se.  

Ser ARMY é mergulhar em um universo de vulnerabilidade e cura. É ouvir *Spring Day* e sentir o luto como algo coletivo, é dançar com *Dynamite* enquanto o mundo lá fora parece desmoronar. É olhar para o Namjoon, o Suga, o J-Hope, o Jimin, o Jin, o V, o Jungkook e ver mais do que ídolos — ver narradores de uma jornada humana. BTS não é apenas música; é um convite para se enxergar com honestidade, mesmo quando dói.  

E ser STAY? É entregar-se à tempestade. É ouvir *God’s Menu* e sentir o sangue acelerar, é chorar com *Levanter* e lembrar que crescer não significa abandonar quem fomos. O Bang Chan, o Lee Know, o Changbin, o Hyunjin, o Han, o Felix, o Seungmin, o I.N — cada um deles carrega uma chama diferente, e juntos são um incêndio que aquece e purifica. Stray Kids não pede permissão; eles ocupam espaços, inclusive os mais sombrios dentro da gente, e lá acendem luzes.  

Há quem diga que é impossível amar os dois com a mesma intensidade. Eu discordo. O amor não é um pote que se esvazia quando compartilhado, mas um rio que se bifurca e ainda assim mantém sua essência. BTS me ensinou a sentir. Stray Kids me ensinou a lutar. Um não anula o outro; eles se complementam, como o verso e o refrão de uma mesma canção.  

E então, quando *Black Swan* e *Side Effects* tocam na mesma playlist, eu não me despedaço. Eu me completo. Porque no fim, seja ARMY ou STAY, o que importa é que a música — e tudo o que ela carrega de dor, beleza e resistência — continua ecoando. E eu sigo aqui, dividida apenas na teoria, porque na prática, o coração é vasto o suficiente para abrigar até mesmo os amores que parecem opostos.  

Afinal, não são ambos, no fundo, sobre encontrar um lar em quem nos entende? Seja no abraço caloroso do BTS ou no choque elétrico do Stray Kids, eu me encontro. E isso, por si só, já é um milagre.

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